Café Filho
João Fernandes Campos Café Filho GCTE • GCBTO (Extremoz, 3 de fevereiro de 1899 — Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1970) foi um advogado e político brasileiro, sendo presidente do Brasil entre 24 de agosto de 1954 e 8 de novembro de 1955, quando foi deposto. Foi o único potiguar e o primeiro protestante a ocupar a presidência da república do Brasil. Nascido no Rio Grande do Norte (Segundo alguns historiadores, Café Filho nasceu em Extremoz, município vizinho a Natal) , trabalhou como jornalista e advogado durante a juventude, tendo participado da Aliança Liberal na
campanha de 1930. Em 1933 fundou o Partido Social Nacionalista (PSN) do Rio Grande do Norte, e alguns anos mais tarde, o Partido Social Progressista de Ademar Pereira de Barros.
Café Filho assumiu a presidência após o suicídio de Vargas. Seu governo foi marcado por uma grande instabilidade. O grande problema econômico da época (a inflação e o déficit da balança comercial) foram combatidos através da limitação do crédito, a redução das despesas públicas, a criação de uma taxa única de energia elétrica e a retenção automática do imposto de renda sobre os salários. Sua equipe de governo era composta por militares, empresários e políticos de oposição ao presidente anterior Getulio Vargas. Com isso, ficava claro que Café Filho compartilhava das opiniões desses setores e se mantinha longe da política varguista.
Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD, partido de Vargas, lançou o nome de Juscelino Kubitscheck àpresidência. Na disputa pela vice presidência, que na época ocorria em separado, a chapa apresentou o ex-ministro do Trabalho, que era do governo Vargas, João Goulart, do PTB.
A pressão da UDN, representados pelo jornalista Carlos Lacerda, receosa de que a vitória de Juscelino e Jango pudesse trazer o retorno da política varguista, intensificou-se após a divulgação dos resultados oficiais que davam a vitória como certa para a chapa PSD-PTB. A UDN queria que Café Filho impedisse a posse dos novos eleitos.
Em meio a tantas pressões, o presidente Café Filho foi internado às pressas em um hospital no Rio de Janeiro sendo imediatamente afastado das suas atividades políticas. Foi substituído no dia 08 de novembro de 1955, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Alguns udenistas cogitavam a possibilidade de apoiar um golpe de Estado conduzido pelas Forças Armadas. Carlos Luz indicou o general Álvaro Fiúza de Castro para assumir o Ministério da Guerra no lugar de
Henrique Lott. Tal medida ampliou a possibilidade de um golpe militar, pois o novo ministro era contra a chegada de JK a presidência. Antes de entregar seu cargo, Lott foi convencido por outros militares a conduzir um golpe contra o presidente Carlos Luz.
Apos o anuncio do golpe, Café Filho se recuperou subitamente e quis reassumir a presidência, mas foi vetado por Henrique Lott e outros militares que o apoiavam, sendo acusado de conspirar contra a posse de JK e Jango. No dia 22 de novembro, o Congresso Nacional aprovou o impedimento para que Café Filho reassumisse a presidência. Em seu lugar, permaneceu o senador Nereu Ramos.
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