Venceslau Brás
Venceslau Brás foi o presidente brasileiro durante a Primeira Guerra Mundial. A participação do Brasil na guerra se tornou inevitável depois de ter alguns navios torpedeados por navios alemães; a participação foi indireta e acabou mesmo favorecendo um surto industrial na República Velha.
Venceslau Brás Pereira Gomes nasceu na pequena cidade de São Caetano da Vargem Grande no interior de Minas Gerais, que é chamada atualmente de Brasópolis, no dia 26 de fevereiro de 1868. Era filho de Francisco Brás Pereira Gomes que era o chefe político da cidade, foi por sua causa que a cidade mudou de nome, oferecendo uma homenagem. Venceslau Brás foi para São Paulo onde formou-se em Direito na Faculdade de Direito de São Paulo em 1890, retornou a Minas Gerais logo em seguida e começou sua carreira como promotor público em Jacuí e Monte Santo. Nesta última cidade deu início a sua carreira política, foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal.
Venceslau Brás passou por diversos outros cargos políticos até se envolver finalmente com uma eleição presidencial. Em 1910 Venceslau Brás formou a chapa presidencial em parceria com Hermes da Fonseca, nesta época candidatava-se ao cargo de vice-presidente do Brasil. A campanha pela eleição do presidente Hermes da Fonseca foi muito bem sucedida e Venceslau Brás desempenhou o segundo cargo político mais importante do país no período entre 1910 e 1914.
Hermes da Fonseca era gaúcho e militar, um reflexo da crise da política do café com leite. Mas para sua sucessão, as oligarquias dos estados de Minas Gerais e São Paulo voltaram a se entender para impedir a eleição de um outro gaúcho que havia sido indicado pelo presidente Hermes da Fonseca, Pinheiro Machado. Sustentado pelo apoio dos dois principais estados na política brasileira e amparado pelo acordo entre as elites oligárquicas, Venceslau Brás foi eleito Presidente do Brasil tomando posse no dia 15 de novembro de 1914.
O governo de Venceslau Brás enfrentou conflitos de âmbito interno e externo. Internamente, quando Venceslau Brás assumiu o cargo já se passava uma revolta na divisa entre os estados de Santa Catarina e Paraná chamada de Guerra do Contestado. Os revoltos, liderados por José Maria, tinham a ambição de implantar uma “monarquia celestial”, onde não haveria propriedade privada ou qualquer tipo de imposto. O movimento que estourou ainda no governo de Hermes da Fonseca se estendeu até o governo de Venceslau Brás, que finalmente conseguiu dar um fim de forma pacífica para a revolta.
Externamente, o mundo passava por um momento crítico do imperialismo, no qual as grandes potências da Europa entraram em conflito armado ocasionando a Primeira Grande Guerra Mundial. O Brasil tinha motivos naturais para se posicionar como favorável ao grupo da França,
pois a influência francesa foi muito marcante durante a história brasileira e havia grande afinidade diplomática entre os dois países. Além disso, alguns navios brasileiros foram torpedeados por navios alemães no Atlântico, o que fez o Brasil assumir oficialmente uma posição favorável aos Aliados no conflito.
A participação do Brasil na guerra não foi no campo de batalha, se deu através do fornecimento de alimentos e transportes marítimos. Com a crise que a Europa atravessava o Brasil não tinha como importar os produtos europeus de costume. Por esse motivo foi preciso desenvolver uma indústria nacional, gerando um surto industrial que seria importantíssimo para diversificar um pouco a produção brasileira tão dependente do café.
No campo econômico Venceslau Brás adotou uma política de redução dos gastos públicos, estimulando também as exportações de matérias-primas e alimentos. Como medida política e social, promulgou em 1916 o primeiro Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no ano seguinte.
Nos últimos anos de seu governo, o Brasil foi atingido por uma epidemia de “Gripe Espanhola”, provocando a morte de aproximadamente 15 mil pessoas. Foi sucedido na presidência por Delfim Moreira em 1918.
Após completar o mandato presidencial, Venceslau Brás foi morar em Itajubá, em Minas Gerais, se tornou presidente vitalício de um grupo de empresas regionais e foi o ex-presidente que mais tempo viveu. Faleceu aos 98 anos de idade, na mesma cidade, no dia 15 de maio de 1966.
Como homenagem, três cidades receberam o nome do político mineiro: Wenceslau Brás, uma no Paraná e outra em Minas Gerais, e Presidente Venceslau, no estado de São Paulo.
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