Prudente de Morais
Na história da República no Brasil, o paulista Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil. Após o período republicano inicial que ficou conhecido como República da Espada, tendo como presidentes os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, Prudente de Morais representou a conquista da oligarquia cafeeira do posto mais importante na política brasileira.
Prudente José de Morais Barros nasceu na cidade de Itu no interior de São Paulo no dia 4 de outubro de 1841. Seu pai faleceu ainda durante sua infância, o que o fez se mudar juntamente com sua família para a cidade da Constituição, que hoje recebe o nome de Piracicaba, também no interior de São Paulo.
Em São Paulo formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1863 e retornou logo em seguida para Piracicaba dando início a sua carreira de advogado. Mas já em 1865 foi eleito vereador na cidade e assumiu o cargo de presidente da Câmara Municipal. Sua carreira política tomou força e o jovem político subiu rapidamente. Em 1868 tornou-se deputado provincial pelo Partido Liberal, todavia em 1876 trocou de partido. Vestindo a camisa do Partido Republicano Paulista (PRP) foi eleito mais três vezes como deputado provincial pelo estado de São Paulo e uma vez como deputado da Assembléia Geral do Império.
Prudente de Morais integrava a campanha abolicionista e também a republicana. Quando a República foi proclamada em 1889 foi nomeado pelo presidente marechal Deodoro da Fonseca como governador da província de São Paulo, exercendo o cargo até 1890. No mesmo ano foi eleito senador e trocou de função.
Não tardou e Prudente de Morais concorreu pela primeira vez para o posto de Presidente da República contra o marechal Deodoro da Fonseca em 1891, quando já era presidente do Congresso Constituinte. Entretanto, neste momento a pressão militar exercida para apoiar o marechal Deodoro da Fonseca foi mais forte e o mesmo acabou eleito indiretamente para a presidência.
Após o governo de outro militar, marechal Floriano Peixoto, que assumiu em decorrência da renúncia de Deodoro, Prudente de Morais candidatou-se novamente para a sucessão de Floriano. Desta vez foi eleito. Sua vitória colocava o primeiro civil na presidência do Brasil e representava a vitória da oligarquia cafeeira de São Paulo.
Seu governo não foi fácil e já começou enfrentando situações complicadas. Enfrentou logo de partida a oposição dos florianistas (seguidores do ex-presidente Floriano Peixoto) e a reorganização do Partido Monarquista. Teve que se esforçar muito contra as medidas antiinflacionárias do governo e a queda do preço do café no mercado mundial.
Como se não fosse suficiente, algumas revoltas complicaram mais ainda o governo de Prudente de Morais, que ficou conhecido como o Pacificador. No Rio Grande do Sul encerrou a Revolução Federalista através de um tratado de paz e no sertão baiano teve que combater uma revolta liderada por Antônio Conselheiro conhecida como Canudos, em 1897.
Externamente, o presidente Prudente de Morais precisou interferir em um incidente diplomático que envolvia o Brasil e a Inglaterra em 1896. Sem nenhum motivo, a Inglaterra invadiu e ocupou a Ilha de Trindade, mas felizmente o presidente resolveu a questão de forma favorável ao Brasil.
No âmbito pessoal, Prudente de Morais sofreu um atentado no dia 5 de novembro de 1897, no qual seu Ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, foi ferido em seu lugar e acabou falecendo.
Apesar de todas as dificuldades, traçou e realizou uma inteligente política econômica. Foi capaz de firmar definitivamente a República e reatar as relações diplomáticas com Portugal. Isso fez com que Prudente de Morais desfrutasse de grande popularidade no fim do seu mandato.
Após deixar o cargo foi sucedido por Campos Sales e retornou para Piracicaba, onde continuou exercendo trabalhos de advocacia durante alguns anos, até adoecer por conta de uma tuberculose e falecer no dia 13 de dezembro de 1902.Prudente de Morais foi homenageado dando nome as cidades de Presidente Prudente (SP), Prudente de Morais (MG) e Prudentópolis (PR).
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