Afonso Pena
Afonso Pena foi o primeiro mineiro a ser Presidente da República como resultado do acordo da política do café com leite que determinava o rodízio entre mineiros e paulistas na presidência. O governo de Afonso Pena foi relativamente estável na economia em função do legado deixado por seu antecessor, se empenhou na integração e colonização do território brasileiro.
Afonso Augusto Moreira Pena era filho de imigrante português que veio ao Brasil em busca de ouro. Nasceu no dia 30 de novembro de 1847 na cidade de Santa Bárbara em Minas Gerais. Por conta dos estudos foi para São Paulo, onde se formou pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870, sendo colega de turma de indivíduos renomados na história do Brasil como Rodrigues Alves, Ruy Barbosa e Castro Alves. Exerceu a profissão de advogado por alguns anos, mas logo deu início a sua carreira política.
Em 1874 tornou-se deputado pelo estado de Minas Gerais. Membro do Partido Liberal, conseguiu ser eleito quatro vezes como deputado geral entre os anos de 1878 a 1889. Durante o governo liberal, que teve início em 1878, assumiu os cargos de ministro da Guerra, da Agricultura e da Justiça.
Já no período republicano, Afonso Pena integrou a Assembléia Nacional Constituinte. Em protesto contra a ação do presidente Deodoro da Fonseca de dissolver o Congresso Nacional, o então deputado Afonso Pena renunciou ao cargo.
Alguns anos depois se elegeu governador do estado de Minas Gerais e foi responsável pelo impasse da mudança da capital do estado, escolhendo por fim a cidade de Belo Horizonte como nova sede dos poderes administrativos. Em 1902 chegou ao cargo de vice-presidente da República, uma vez que o vice eleito inicialmente, Francisco Silvano de Almeida Brandão, havia sido eleito, mas não empossado no cargo, pois veio a falecer anteriormente. Assim, Afonso Pena desenvolveu a função entre 1902 e 1906.
Quando começou a campanha de sucessão do presidente Rodrigues Alves o indicado pelo mesmo foi o mineiro Afonso Pena, que foi eleito sem oposição para assumir no dia 15 de novembro de 1906, tendo Nilo Peçanha como vice-presidente. Afonso Pena se tornou o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II a ter alcançado a Presidência da República.
O governo do mineiro Afonso Pena começou sem grandes problemas financeiros, a situação econômica deixada por Rodrigues Alves, ex-presidente, era relativamente boa. Afirmou sua autoridade com um governo presidencialista e deu ênfase para as questões econômicas, tinha como prioridade sanear e colonizar o espaço brasileiro.
Visando melhorar o escoamento da produção de café, Afonso Pena desenvolveu redes ferroviárias nos estados do sudeste e promoveu ampliação e modernização de portos. O mineiro tinha interesse em promover a industrialização do país, mas teve que ceder primeiro aos interesses dos cafeicultores que o colocaram no poder através dos acordos oligárquicos.
Promoveu também a entrada de mão-de-obra imigrante no país, especialmente os italianos, para engrossar o trabalho nas fazendas de café. Mas foi justamente com os italianos que as ideologias anarquistas chegaram ao país e influenciaram os trabalhadores dos núcleos urbanos a organizar suas primeiras greves na história brasileira em busca de melhores condições de trabalho.
O exército também foi favorecido no governo de Afonso Pena, passando por uma modernização e estabelecendo a obrigatoriedade do serviço militar a partir de 1908. Mas como sempre deu mais atenção à administração do que às movimentações políticas, gerou-se uma crise em torno de sua sucessão que ficou conhecida como campanha civilista. Foi justamente no auge dessa crise que Afonso Pena adoeceu e morreu em decorrência de uma pneumonia no dia 14 de junho de 1909, no Rio de Janeiro. A presidência foi transferida então para o seu vice, Nilo Peçanha, que completou o mandato.
Afonso Pena foi homenageado dando nome à cidade de Penápolis, no interior de São Paulo.
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