quinta-feira, 25 de abril de 2013

Presidentes do Brasil (1922 - 1926)



Artur Bernardes




O mineiro Artur Bernardes  recebeu o mandato de Presidente do Brasil sob uma conjuntura de várias revoltas e protestos espalhados pelo território nacional. A maior parte de seu governo foi sob estado de sítio, mas mesmo assim conseguiu cumpri-lo e eleger seu sucessor dentro da política do café com leite.
Artur da Silva Bernardes  nasceu na cidade de Viçosa, Zona da Mata Mineira, no dia 8 de agosto de 1875, filho de funcionário público português. Como quase todos os presidentes da República Velha, também estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde bacharelou-se como advogado em 1910. Após ser diplomado retornou para sua cidade natal e iniciou sua carreira profissional. Não tardou muito e deu começo também a sua carreira política elegendo-se vereador e presidente da Câmara Municipal em 1906. No ano seguinte assume o cargo de deputado estadual por Minas Gerais, passando em 1909 a deputado federal. Exerce este cargo até 1910 e desempenha no mesmo ano a função de Secretário de Finanças. Entre 1915 e 1917 é eleito para um novo mandato de deputado federal.
O nome de Artur Bernardes tornou-se importante e respeitado na política mineira e mais tarde estendeu-se para a nacional. Dentro do Partido Republicano Mineiro tornou-se o principal nome e retirou o comando do partido de um longo legado de políticos da região sul de Minas Gerais, transferindo então o centro de decisões da política do estado para a região da Zona da Mata. Com uma ascensão tão poderosa, não era de se estranhar que fosse eleito para presidente do estado de Minas Gerais no mandato que se seguiria entre 1918 e 1922.
Ao término da presidência de Epitácio Pessoa, o estado de São Paulo já anunciava Artur Bernardes como candidato para sucessão. Sua escolha estava dentro dos parâmetros da tradicional política do café com leite, atendendo aos interesses das oligarquias de Minas Gerais e São Paulo. Assim, Artur Bernardes toma posse como presidente em 15 de novembro de 1922.
O novo presidente recebeu o cargo para governar um país que passava por fortes agitações. As consequências da Primeira Guerra Mundial afetavam todos os países do mundo e também o Brasil, balançando principalmente as estruturas econômicas. Mas não era somente por influências externas que seu mandato seria abalado.
Em território nacional o presidente Artur Bernardes enfrentou algumas revoltas espalhadas pelo território brasileiro. No ano de 1924, no estado de São Paulo, estourou uma revolta militar proveniente dos tenentes, chamada Revolta Paulista de 1924. Na liderança do movimento estavam Isidoro Dias Lopes e os irmãos Juarez e Joaquim Távora, os revoltosos tomaram a cidade de São Paulo protestando pelos direitos militares. O presidente precisou bombardear a cidade para colocar fim ao manifesto.
No sul do país, no estado do Rio Grande do Sul, surgiram duas revoltas. A primeira liderada pelos históricos maragatos contra a quinta eleição seguida do governador do estado e que só foi resolvida por intervenção federal. Já no ano de 1926 inicia-se um movimento chamado Coluna Prestes, o qual promoveria uma imensa marcha pelo país que se estenderia até 1927 em luta contra as forças que declaravam lealdade ao governo federal.
Por esses motivos o governo de Artur Bernardes é traçado quase todo sob estado de sítio, restando pouco tempo para outras medidas políticas. Entretanto, foi em seu mandato, em 1926, que foi aprovada uma importante reforma na Constituição Federal, na qual estabelecia-se a limitação do habeas corpus, o veto presidente para a intervenção nos estados e o poder do Executivo Federal. Economicamente, acabou com a sustentação do governo federal para o preço do café no mercado mundial, transmitindo então o problema para os próprios estados resolverem, sendo que para isso foi criado o Instituto do Café de São Paulo.
Ao fim de seu mandato consegue entrar em acordo com as oligarquias do Café com Leite e indica para sua sucessão Washington Luís, que era carioca na realidade, mas tinha atuação política pelo estado de São Paulo e se declarava como paulista por opção. Artur Bernardes atuou ainda na Revolução de 1930 contra o movimento que tinha Getúlio Vargas na frente e apoiou também a Revolução Constitucionalista de 1932, a derrota nos dois movimentos fez com que se exilasse em Portugal até 1934, quando é promulgada a Constituição da República. É eleito então deputado federal e permanece no cargo até 1937, data da imposição do Estado Novo.
Artur Bernardes participa do processo de redemocratização em 1945 e da Assembléia Constituinte no ano seguinte. É eleito novamente para o cargo de deputado federal, onde permanece até 1955 por virtude de seu falecimento no dia 23 de março do mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro.

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